#190702-06
02/07/2019

Importação de placas fotovoltaicas aquecem mercado brasileiro de energia solar

O mercado de energia solar fotovoltaica apresenta uma trajetória animadora no Brasil. A energia é a atualmente a sétima fonte mais representativa na matriz energética brasileira, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Aboslar). A mesma entidade projeta um crescimento de até 44% ao ano na capacidade instalada de energia solar no Brasil.

Estimativas como estas estão puxando a importação de placas fotovoltaicas de países como China e Alemanha através da Allog, empresa especializada em logística internacional. Carlos Souza, gerente da divisão de cargas projetos da Allog, explica que as projeções de crescimento do setor são compatíveis com o volume de produto a ser importado. "Os importadores estão voltando os olhos para importação do setor de energia renovável", destaca.

As placas que chegam ao país são distribuídas para todas as regiões do país. De forma geral, as placas que chegam ao país desembarcam nos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), de onde são distribuídas para o mercado comprador do país. Elas são transportadas em contêineres de 40 pés, sendo considerada uma carga que os armadores (donos de navios) gostam de trabalhar. Conforme Carlos, as placas fotovoltaicas são movimentadas pela Allog desde meados de 2017, o que coloca a empresa no mercado internacional deste tipo de produto.

De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, a partir de dados oficiais, hoje já são mais de 2.000 megawatts (MW) em usinas de geração centralizada solar fotovoltaica em operação no Brasil. O número representa mais de R$ 10 bilhões em investimentos privados atraídos ao País desde 2014, que viabilizaram a geração de mais de 50 mil novos empregos locais qualificados pelo setor nas regiões onde os projetos foram implantados.

As usinas em operação geram energia elétrica limpa e renovável suficiente para suprir um consumo equivalente à necessidade de mais de 3 milhões de brasileiros. Adicionalmente, há mais de 1.500 MW em novos projetos em fase de desenvolvimento e construção, com início de operação prevista para até 2022.

FONTE: Terra
#190320-02
20/03/2019

Energia solar cada vez mais competitiva

Esse tipo de energia atingiu a marca de 2.056 megawatts (MW) de potência instalada operacional, o equivalente a 1,2% da matriz elétrica do País

Embora pudesse ter avançado mais, não fosse o cancelamento de leilões em 2016, a energia solar fotovoltaica tem crescido no Brasil, tornando-se hoje um dos setores mais atraentes para investimentos. Como informa a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), esse tipo de energia atingiu há pouco a marca de 2.056 megawatts (MW) de potência instalada operacional, o equivalente a 1,2% da matriz elétrica do País, superando a energia nuclear (1.990 MW), suprida pelas usinas de Angra I e Angra II.

O País possui atualmente 73 usinas solares fotovoltaicas de grande porte, que carrearam investimentos de mais de R$ 10 bilhões, hoje em operação em nove Estados das Regiões Nordeste, Sudeste e Norte do País. Os investimentos podem crescer muito mais com o manifesto interesse de empresas nacionais e internacionais em participar dos seis leilões de energia nova a serem realizados entre 2019 e 2021, segundo foi divulgado pelo Ministério de Minas e Energia.

Independentemente desses certames, pequenas empresas e particulares se movimentam para investir nesta área com vistas a poupar gastos com energia. Uma startup japonesa, em parceria com uma empresa nacional, por exemplo, anunciou, no final do mês passado, a construção de uma pequena unidade solar, com capacidade de 1,1 MW, em Brasília. Iniciativas como esta já são bastante comuns também no agronegócio.

Na realidade, avanços tecnológicos têm favorecido a competitividade de usinas solares fotovoltaicas de grande porte, permitindo fortes reduções de preços, e não só em relação a combustíveis fósseis. As usinas solares, afirma a Absolar, estão em condições de ofertar energia elétrica a preços médios inferiores aos praticados por outras fontes renováveis, como biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).

As maiores queixas dos empreendedores estão ligadas às altas tarifas alfandegárias para importação de matéria-prima necessária para produção de módulos fotovoltaicos, o que onera demasiado os custos de construção de usinas. Segundo empresários, isso acaba prejudicando a indústria nacional, já habilitada a fabricar todos os equipamentos utilizados.

Espera-se que, com a abertura comercial, que consta do programa econômico do atual governo, distorções como esta sejam eliminadas.

FONTE: O Estadão
#190205-03
05/02/2019

Painel solar preto alcança mais de 20% de eficiência

Os painéis solares deixarão de ter aquela cor azulada tão típica. Eles serão totalmente pretos, tão pretos que a tecnologia, desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Aalto, na Finlândia, já foi chamada de “célula solar buraco negro”.

Mas muitos podem se perguntar o por que? Com uma refletância de menos de 1% da luz que incide sobre eles, sua eficiência fica por volta dos 22%, superando os painéis solares de silício tradicional.

A tecnologia é baseada no silício negro, um material revolucionário, com aplicações que vão da spintrônica aos mantos de invisibilidade termais. A cor preta vem de nanoestruturas construídas sobre o silício, que impedem que a luz escape.

E Embora tenha saído caro fabricar os painéis, o menor número de etapas e o melhor desempenho do produto final prometem equilibrar os custos totais, facilitando a colocação no mercado dos painéis solares de silício negro. Além disso os painéis vão conseguir  produzir eletricidade com uma eficiência acima dos 20%.

FONTE: Engenharia é
#190204-02
04/02/2019

Governo estuda levar sobretaxa no aço brasileiro à OMC

O governo analisa o que fazer com as novas taxas impostas pela União Europeia contra as siderúrgicas brasileiras

Apesar do amplo esforço do governo brasileiro para evitar ser alvo de sobretaxas no aço, a União Europeia ignorou os argumentos dos negociadores nacionais e passou a aplicar uma nova barreira contra as siderúrgicas brasileiras. As medidas entraram em vigor no sábado e, nos bastidores, empresas e membros do governo avaliam agora uma disputa nos tribunais internacionais para tentar derrubar a barreira.

No dia 4 de janeiro, a Comissão Europeia já tinha notificado a Organização Mundial do Comércio (OMC) de que investigações iniciadas ainda em março de 2018 revelaram que produtos importados no setor do aço estavam afetando de forma negativa o bloco europeu.

A investigação foi aberta depois que o governo de Donald Trump decidiu erguer barreiras ao aço mundial, criando distorções e inundando a Europa com a produção que teria o mercado americano como destino.

Entre 2013 e 2018, os europeus alegam que os produtos importados passaram de uma fatia de 12% do mercado local para 18%. Em volume, a importação praticamente dobrou.

As investigações apontaram que a importação de aço para a Europa “aumentou de forma significativa” e que a tendência é de que esse volume cresça ainda mais.

No total, 26 produtos do setor siderúrgico passaram a ser sobretaxados. A China, por exemplo, passou a sofrer restrições em 16 produtos diferentes, contra 17 da Turquia e 15 da Índia. No Brasil, o impacto é menor: sete dos 26 produtos.

O jornal “O Estado de S. Paulo” apurou que o governo brasileiro acelerou os contatos com a UE para tentar reduzir o número de produtos. Em Davos, há duas semanas, o tema esteve na pauta do primeiro encontro do chanceler Ernesto Araújo e da comissária de Comércio da UE, Cecilia Malmstrom.

Agora, o governo avalia com o setor privado se existe algum interesse em lançar uma disputa nos tribunais da OMC. Além de caro, o processo promete se estender por vários anos, diante da semiparalisia que vive o sistema de solução de disputas da entidade em Genebra.

FONTE: Exame
#190127-01
27/01/2019

Indústria global de energia solar perde com o aumento dos preços dos painéis solares chineses

A indústria global de energia solar está prestes a perder uma grande vantagem competitiva, já que os preços dos painéis solares chineses começam a se recuperar depois de um colapso no ano passado, disse na quinta-feira o líder de um dos maiores fabricantes mundiais.

“A festa definitivamente acabou”, disse Eric Luo, presidente da GCL System Integration Technology Co da China, uma das 10 maiores fabricantes de painéis solares, alimentando o setor de energia renovável que mais cresce.

Os preços dos painéis solares caíram em torno de 30% no ano passado, depois que a China, maior produtora mundial, cortou subsídios para encolher sua indústria solar, levando os fabricantes menores à beira do colapso.

Para aumentar o caixa e manter-se à tona, os fabricantes eliminaram o estoque e desviou as vendas para o exterior, o que levou os preços a uma espiral descendente – oferecendo lucros inesperados para geradores de energia solar e investidores em fazendas solares.

Luo, falando à Reuters no Fórum Econômico Mundial na estação de esqui suíça de Davos nesta semana, disse que o modelo de negócios verticalmente integrado do GCL a impediu de cair nos preços, já que suas usinas solares se beneficiaram de painéis mais baratos.

A dor será principalmente sentida pelos pequenos produtores chineses, que não têm cadeias de fornecimento internacionais, provocando a consolidação da indústria ou forçando-os a fechar, acrescentou.

Luo disse que os preços do painel solar já estão se estabilizando e espera que eles se recuperem entre 10% e 15%, com a consolidação da indústria chinesa no próximo ano ou dois.

Os painéis representam quase metade dos custos de instalação de uma fazenda solar, que ameaçam os retornos dos investidores.

A China abriga quase um terço da capacidade solar instalada acumulada no mundo e seus fabricantes dominam a indústria, apesar de receberem tarifas antidumping e serem pegos mais recentemente na guerra comercial EUA-China.

Em setembro, a União Européia acabou com as restrições à venda de painéis solares chineses, mas Washington continua impondo um imposto antidumping. Eles também estão sujeitos ao aumento mais recente do presidente Donald Trump para as tarifas gerais sobre as importações chinesas.

O GCL ainda conta os Estados Unidos como um mercado importante, mas está se expandindo rapidamente em outros mercados, seguindo o enorme programa de desenvolvimento internacional de Correia e Estrada de Pequim, disse Luo, acrescentando que os negócios no exterior representariam 75 por cento dos embarques de painéis solares da GCL. ano.

Em casa, Luo disse que a China está se aproximando rapidamente do ponto em que a indústria solar poderia operar sem qualquer tipo de subsídio. Ele disse que o noroeste da China, onde o sol era mais abundante e a terra menos cara, já havia alcançado esse marco.

A maior parte do restante do país seguirá este ano, antes que a idade dos subsídios termine completamente em 2020, disse ele.

FONTE: Folha de Goiás
#190122-05
22/01/2019

Inda projeta alta de 40% na compra e venda de aços planos em janeiro

O Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda) afirmou que projeta crescimento de 40% nas compras e vendas de janeiro, na comparação com dezembro de 2018.

Em base anual, entretanto, as vendas devem cair 7%. Segundo o presidente do Inda, Carlos Loureiro, o recuo se dará também pelo bom desempenho do setor nos três primeiros meses do ano passado.

O Inda também divulgou os dados anualizados das vendas de aço, que subiram 4,2% em 2018, para 3,09 milhões de toneladas, na comparação no período anterior.

Dezembro

Em dezembro, as vendas de aços planos caíram 17,3%, para 188,6 mil toneladas, na comparação anual. Em relação a novembro, a queda foi de 28,1%. 

Os estoques fecharam dezembro em 939,4 mil toneladas, alta de 0,9% ante novembro. O giro dos estoques fechou o ano em cinco meses.

As importações encerraram o último mês do ano com alta de 13,7%, para 94,8 mil toneladas, em relação a igual período anterior. Na comparação com novembro, o avanço foi de 5,6%.

Ano

Apesar da alta em dezembro, as importações de aços planos caíram 1,6% no acumulado de 12 meses de 2018, para 1,22 milhão de toneladas.

Por país, o principal vendedor de aço para o Brasil foi a China, com 724,6 mil toneladas, que representou 59% do total. O segundo maior vendedor foi a Áustria, com 205,1 mil toneladas, principalmente devido às importações de chapas grossas.

Com relação às compras de aços planos, 2018 encerrou com alta de 5,4%, para 3,13 milhões de toneladas, na comparação com 2017.

Preço

Com um prêmio de cerca de 15% nos preços em relação às importações, o setor de aços planos pode ter que repensar o atual patamar caso o dólar recue do atual patamar, afirmou Loureiro. "Se o dólar cair para R$ 3,60, o prêmio sobe de 15% para 20%, daí as usinas vão ter que baixar o preço", disse.

O atual prêmio leva em conta a moeda americana no patamar dos R$ 3,75. "As usinas estão preocupadas com o dólar, se cair mais abre espaço para importação."

Durante o ano passado, o setor realizou reajustes que resultaram numa elevação entre 25% e 28% nos preços dos produtos. No início de 2019, o aumento de aproximadamente 25% também foi repassado para os contratos anuais com o setor automotivo.

FONTE: Valor Econômico
#190121-08
21/01/2019

Produção de aço bruto chega a 34,7 milhões de toneladas em 2018

A produção brasileira de aço bruto foi de 34,7 milhões de toneladas, em 2018, com crescimento de 1,1% frente ao ano anterior (34,4 milhões de toneladas). No mesmo período, a produção de laminados totalizou 23,1 milhões de toneladas, 3,3% a mais do que em 2017 (22,4 milhões de toneladas).

O balanço, divulgado hoje (21) pelo Instituto Aço Brasil, mostra que as vendas no mercado interno somaram 18,3 milhões de toneladas, revelando elevação de 8,2% comparativamente aos 12 meses de 2017 (16,9 milhões de toneladas). Do mesmo modo, o consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos aumentou 7,3% frente ao acumulado de janeiro a dezembro do ano anterior, atingindo 20,6 milhões de toneladas, contra 19,2 milhões de toneladas em 2017.

No acumulado de janeiro a dezembro de 2018, as importações aumentaram 3,3 %, com total de 2,4 milhões de toneladas, contra 2,3 milhões de toneladas em 2017. Em termos de valor, as importações cresceram 16,9% em 2018, em comparação ao resultado obtido em 2017, que foi de US$ 2,2 bilhões, acumulando receita de US$ 2,6 bilhões. Ainda segundo o Instituto Aço Brasil, as importações de dezembro do ano passado alcançaram 160 mil toneladas, aumento de 9,6% em quantidade, e queda de 0,6% em valor, fechando o mês com receita de US$ 167 milhões.

Em relação às exportações, o Instituto Aço Brasil decidiu não publicar, temporariamente, os indicadores de exportação, até que o sistema da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços esteja normalizado. Segundo o instituto, a Secex mudou a metodologia de coleta dos dados do Portal Único de Comércio Exterior, o que poderá gerar alterações e revisões significativas nos resultados de dezembro, assim como ocorreu entre agosto e novembro.

Queda em dezembro

Apesar do crescimento anual, em dezembro, a produção de aço caiu. Em 2018, a produção somou 2,6 milhões de toneladas, revelando queda de 6,3% em comparação ao mesmo mês de 2017, quando atingiu 2,8 milhões de toneladas. A produção de laminados também mostrou retração de 8,9% em dezembro, com 1,6 milhão de toneladas produzidas. Em dezembro de 2017, foram produzidas 1,77 milhão de toneladas de laminados. Já a produção de semiacabados para vendas totalizou 983 mil toneladas, expansão de 1,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior (971 mil toneladas).

De acordo com informações do Instituto Aço Brasil, as vendas internas caíram 3,2% em dezembro, ante igual mês de 2017, atingindo 1,4 milhão de toneladas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 1,5 milhão de toneladas, resultado 1,9% inferior ao apurado no mesmo mês de 2017.

FONTE: Isto É
#190117-01
17/01/2019

Balança tem superávit de US$ 58,7 bilhões em 2018, aponta FGV/Icomex

A balança comercial fechou o ano de 2018 com um superávit de US$ 58,7 bilhões, com destaque para a participação da China como principal destino das exportações brasileiras. Embora o resultado tenha sido inferior ao de 2017, de US$ 67 bilhões, foi o segundo melhor desempenho da série histórica, segundo os dados do Indicador do Comércio Exterior (Icomex), divulgado nesta quinta-feira, 17, pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

A China deteve 26,8% das exportações brasileiras, mais do que o dobro da participação dos Estados Unidos, responsável por 12% das vendas externas do Brasil. O terceiro principal parceiro foi a Argentina, embora esta tenha reduzido sua participação no ranking de destino de exportações, passando de 8,1% em 2017 para 6,2% em 2018.

No ano passado, os chineses aumentaram sua participação nas exportações do Brasil, em relação a 2017, quando compraram 21,8% do total exportado. O crescimento de 35,2% nas exportações para a China em 2018 foi puxado pela soja em grão, petróleo bruto e minério de ferro. Os três produtos somam 82% das exportações brasileiras para território chinês.

O petróleo superou a participação do minério de ferro pela primeira vez nas vendas externas brasileiras para a China, ressaltou a FGV.

"A importância da China para as exportações brasileiras é reafirmada quando analisamos os dez principais produtos exportados pelo Brasil", declara o relatório do Icomex. "O segundo principal produto exportado pelo Brasil é o óleo bruto de petróleo e a participação da China no total exportado passou de 44,2% para 57%, entre 2017 e 2018. Nas exportações de carne bovina, oitavo principal produto, o porcentual da China foi de 18,3% em 2017, e de 27,2% em 2018", completou.

Quanto às importações, a China é o principal mercado de origem, mas com menor diferença em relação ao segundo colocado. A China foi responsável por 19,2% das importações brasileiras, enquanto os Estados Unidos detiveram 18,1% das importações totais em 2018.

A FGV lembrou ainda que houve extraordinariamente um aumento nas importações totais em 2018 influenciado pelas mudanças do Repetro, regime fiscal do setor de óleo e gás.

Em 2018, o volume exportado pelo Brasil cresceu 4,6% em 2018, enquanto as importações subiram 12%. Se excluídas as plataformas, a alta no volume importado seria de 6%. A FGV espera algumas eventuais operações de retorno contábil das plataformas de petróleo via importações em 2019, "no entanto, não se espera um impacto semelhante ao que ocorreu em 2018", prevê o relatório.

FONTE: Uol Economia
#181129-02
29/11/2018

Exportações de celulose e derivados tem alta de 26,0% em 2018

No acumulado do ano o setor movimentou US$ 8,8 bilhões

Um levantamento realizado pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) apontou que o setor de celulose e derivados cresceu 26,0% de janeiro a outro de 2018. Além disso, o órgão apontou que setor movimentou US$ 8,8 bilhões, no período.

O Boletim Cenários Ibá indicou alta nas exportações de celulose (+33,7%), painel de madeira (+5,0%) e papel (+4,2%) na comparação anual. Já o saldo da balança comercial do setor também foi positivo, com avanço de 28,7% e resultado final de US$ 7,9 bilhões.

A representatividade da balança do setor seguiu com bons resultados e aumentou entre janeiro e outubro deste ano, totalizando 4,4% do total de exportações brasileiras e 10,4% das exportações do agronegócio.

Ainda conforme o estudo, a China segue como principal mercado externo para comercialização da celulose e até outubro adquiriu US$2,9 bilhões do produto brasileiro, aumento de 39,1% em relação ao mesmo período de 2017. O papel, por sua vez, continua com seu foco de negociações externas na América Latina, que apresentou avanço de 9,0% no valor negociado. A América Latina ainda é o principal destino dos painéis de madeira e investiu US$ 142 milhões na aquisição do produto neste ano, alta de 12,7%.

FONTE: Capital News
#181128-03
28/11/2018

Tratado com Chile terá impacto positivo no Porto de Paranaguá

O acordo assinado pelo presidente do Brasil, Michel Temer, e do Chile, Sebastian Piñera, no dia 21 de novembro, deverá ampliar a exportação e importação de cargas pelo Porto de Paranaguá. Atualmente, o Chile é responsável por 3,28% das importações e 0,01% das exportações no porto paranaense.

O objetivo do novo acordo é desburocratizar o comércio entre empresas brasileiras e chilenas, com a retirada de 17 temas de natureza não tarifária, como burocracia excessiva e regulamentações diferentes, que atrasam o processo aduaneiro.

Em 2017, a entrada de produtos chilenos representou US$ 167,73 milhões em movimentação via Paranaguá. Em 2018, de janeiro a setembro, foram US$ 139,57 milhões. As mercadorias mais importadas neste ano foram produtos químicos orgânicos (284 mil toneladas), fertilizantes (74,3 mil) e sal (37,3 mil).

AUMENTO - Nas exportações, os valores movimentados nos primeiros nove meses de 2018 cresceram 729%. Foram US$ 13,111 milhões em transações e mais de 1,5 milhão de toneladas de produtos saídos de Paranaguá com destino ao mercado chileno. Destaque para veículos (1.571 unidades), máquinas e equipamentos (63 mil toneladas) e madeira (101 mil toneladas).

“A nossa perspectiva é que o novo tratado melhore o processo aduaneiro, diminua a morosidade e a burocracia. Quem ganha são os empresários e o setor produtivo, dos dois países”, destaca o diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, Lourenço Fregonese.

Com o acordo de livre-comércio com o Chile, o Brasil avança na integração com outros países, tendo o parceiro andino como acesso aos mercados que fazem parte da Parceria do Transpacífico (TPP), que envolve o Chile, México, Peru, Canadá e Japão. O país também participa da Aliança do Pacífico, junto com Peru, Colômbia e México, que é considerada uma ponte comercial importante entre a América Latina e os mercados asiáticos.

FONTE: ANBA - Agência de Notícias Brasil-Árabe
#181024-04
24/10/2018

Países inusitados estão na pauta das exportações brasileiras

China, Estados Unidos, Argentina, Holanda e Japão são alguns dos principais compradores dos artigos “made in Brazil”. Mas o país também manda seus produtos para países pouco conhecidos ou, no mínimo, inusitados como Camboja, Romênia, Finlândia, Ilhas Fiji, Estônia, Madagascar, Sri Lanka e Benin, entre outros.

A lista de produtos exportados para estes países é variada. Nas operações realizadas, [...] são destaque os artigos eletrônicos, madeiras, móveis, celulose, vestuário e gelatina animal. Madagascar, país insular no Oceano Índico e bastante conhecido no Brasil por ser tema de uma produção cinematográfica infantil, por exemplo, importa peças da indústria têxtil brasileira.

O Camboja, país localizado na porção sul da península da Indochina, no Sudeste Asiático, importa peças eletrônicas do Brasil; enquanto o Sri Lanka, na Ásia, é comprador de itens como gelatina animal. "O Brasil possui uma geografia extensa, com climas bem diferentes, Isso proporciona uma gama grande de oportunidades de plantio e produtos agrícolas, atendendo demandas de diferentes países. No que tange a produtos manufaturados, os principais polos de produção e logística do país contam com amplo desenvolvimento para as demandas externas. Também vale ressaltar a boa adaptabilidade dos exportadores para atender a certificações para a inclusão de produtos nos mais variados mercados do planeta” [...].

Em 2018 a balança comercial – diferença entre exportações e importações – acumula superávit de US$ 37,811 bilhões em oito meses. O valor é 21,8% inferior ao do mesmo período do ano passado pelo critério da média diária. O recuo do saldo da balança deve-se ao maior crescimento das importações em relação às exportações.

Em agosto deste ano, as vendas externas somaram US$ 22,5 bilhões, alta de 15,8% em relação a agosto de 2017 pelo critério da média diária. Segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), esse foi o segundo maior valor exportado para o mês, só perdendo para agosto de 2011. As importações, no entanto, somaram US$ 18,777 bilhões, alta de 35,3% em relação a agosto do ano passado, também pela média diária.

10 países inusitados que importam do Brasil

Camboja (Ásia)

Romênia (Europa)

Finlândia (Europa)

Ilhas Fiji (Oceania)

Estônia (Europa)

Madagascar (África)

Sri Lanka (Ásia)

Benin (África)

Guatemala (América Central)

Kweiti (Ásia)

FONTE: Globo Rural
#180801-04
01/08/2018

Importações mantém crescimento maior do que as exportações

Em julho, Brasil importou 42,7% mais do que no mesmo mês do ano passado, enquanto exportações aumentaram 16,4%. Saldo comercial recuou 32,7%.

As importações brasileiras continuam a crescer mais que as exportações, reduzindo o superávit comercial. Em julho, o Brasil importou o equivalente a US$ 18,643 bilhões, o que representa um aumento de 42,7% em relação ao mesmo mês de 2017, pela média diária. Já as exportações somaram US$ 22,87 bilhões, crescimento de 16,4% no mesmo comparativo.

O saldo comercial ficou positivo em US$ 4,227 bilhões, valor 32,7% inferior ao registrado em igual mês do ano passado. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (01) pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

Em julho, as exportações de produtos básicos cresceram 48,3%, enquanto as vendas de semimanufaturados caíram 11,8%, e as de manufaturados, 6,2%.

Entre os básicos, avançaram os embarques de petróleo bruto, minério de cobre, farelo de soja, soja em grãos, minério de ferro, carne bovina, carne de frango, e tripas e buchos de animais.

No grupo dos semimanufaturados, recuaram as exportações de couros, açúcar bruto, ferro fundido, ouro em forma semimanufaturada e madeira serrada. Já entre os manufaturados houve queda nas vendas de aviões, automóveis, veículos de carga, tratores, autopeças, polímeros plásticos, óxidos e hidróxidos de alumínio, e motores para veículos e partes.

Na seara das importações, cresceram em julho as compras de bens de capital (239,8%), bens intermediários (22,3%), bens de consumo (20,1%) e combustíveis e lubrificantes (0,5%).

O Brasil comprou 9,8% mais produtos do Oriente Médio, principalmente adubos e fertilizantes, gás natural, inseticidas, óleos lubrificantes, polímeros plásticos, alumínio em desperdícios, compostos heterocíclicos, compostos de funções nitrogenadas, óleos combustíveis e alumínio bruto.

No acumulado de janeiro a julho, as exportações somaram US$ 136,582 bilhões, aumento de 7,3% pela média diária sobre o mesmo período do ano passado; as importações totalizaram US$ 102,423 bilhões, subindo 21,1% na mesma comparação. O saldo comercial ficou positivo em US$ 34,16 bilhões, 19,6% a menos do que nos primeiros sete meses de 2017.

FONTE: ANBA - Agência de Notícias Brasil-Árabe.
#180730-01
30/07/2018

Brasil sobrevive e até ganha com restrições de Trump ao comércio de aço

Vendas de aço aumentaram em junho de 2018 comparadas com o mesmo período do ano passado -- país já conseguiu negociar cotas de exportações

O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge de Lima, afirmou no começo de julho que as exportações brasileiras de aço para os Estados Unidos ainda não foram afetadas pela mudança no comércio imposta pelo presidente estadunidense Donald Trump em fevereiro, que colocou cotas de vendas específicas aos países fornecedores.

Ele afirmou, porém, que ainda é preciso acompanhar quais serão os efeitos das alterações no fluxo comercial por mais tempo. “Temos de observar mais adiante como as exportações de aço vão se comportar. Até agora, conseguimos manter a média de exportações de aço para os Estados Unidos. O Brasil tem uma quota reduzida para o aço acabado, que está sendo acomodada internamente. Entretanto temos que observar como os embarques vão se comportar até dezembro”, declarou em um evento em Brasília.

De acordo com a pasta, o país exportou US$ 622 milhões de produtos semimanufaturados de ferro e aço em junho. Foi o dobro de tudo o que o Brasil vendeu no mesmo mês de 2017 (US$ 312 milhões). Os dados ainda mostram números melhores nas exportações de tubos flexíveis de aço e ferro no período: de US$ 156 milhões no ano passado para US$ 161 milhões em 2018.

Em outras palavras, as restrições estadunidenses acabaram por colaborar com a indústria brasileira: na comparação com maio, quando a produção caiu por causa da paralisação dos caminhoneiros no país, as vendas de aço do Brasil para os EUA aumentaram 395%, de acordo com o Ministério da Indústria e Comércio Exterior.

Em fevereiro visando principalmente atingir o comércio dos Estados Unidos com a China, Trump impôs uma sobretaxa de 25% para todo o aço comprado pelo país de fornecedores estrangeiros. No mês seguinte, o Brasil enviou representantes para negociar com a Casa Branca um volume de cotas de acordo com a média exportada em anos anteriores -- o mesmo foi feito pela Argentina e pela Coreia do Sul.

De acordo com a Agência Brasil, o limite de exportação de aço semiacabado -- usado como insumo por siderúrgicas estadunidenses -- equivalerá a 100% dessa média. Para os produtos acabados (como aços longos, planos, inoxidáveis e tubos), a quota corresponderá a 70% desse montante.

No Brasil, o mesmo aço serve tanto para combustível de outras indústrias como para produção de mercadorias-base da economia nacional, como a geladeira inox, que faz parte da linha branca.

O governo brasileiro ainda não chegou a um acordo com os EUA pelas cotas de exportação de alumínio, pagando uma sobretaxa de 10% por tudo o que envia aos estadunidenses relacionado ao produto.

À Folha de S. Paulo, um empresário do ramo de siderurgia afirmou que o Brasil se beneficiou com as restrições porque elas seguem valendo para todos os fornecedores de aço dos EUA, com exceção, além do nosso país, da Argentina e da Coreia. "Os que ainda têm espaço dentro da cota para vender, como o Brasil, estão tentando exportar o mais rapidamente possível para tentar aproveitar a alta da demanda durante a temporada de preços elevados", diz o texto.

As importações de produtos brasileiros pelos Estados Unidos representam 13% de tudo o que o país vende para o exterior por ano, de acordo com o Ministério da Indústria e do Comércio Exterior. O Brasil só fica atrás do Canadá (16,1%) em volume de produtos negociados com os EUA -- está à frente de Coreia do Sul, México, Rússia, Turquia e Japão.

FONTE: Portal Segs.
#180712-02
12/07/2018

Exportação de aço do Brasil para os Estados Unidos cresce após tarifa

Vendas de aço para os EUA aumentaram tanto em valor quanto em volume

No primeiro mês após a introdução da tarifa de 25% pelo governo do presidente Donald Trump sobre o aço importado pelos Estados Unidos, as siderúrgicas brasileiras aumentaram as vendas do produto para o país. Em junho, as exportações de aço do Brasil para o mercado norte-americano somaram US$ 548,6 milhões, quase o triplo em relação a junho de 2017 (US$ 210,8 milhões).

Em volume de embarques, a exportação também aumentou: de 386,9 mil toneladas em junho de 2017 para 885,2 mil no mês passado. Os números foram divulgados hoje(12) pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), que detalhou as vendas do produto para o mercado norte-americano.

Um dos fatores que explicam o aumento das exportações de aço foi o fim da greve dos caminhoneiros. Por causa da paralisação, as vendas do produto para os Estados Unidos caíram para US$ 110,8 milhões em maio. Em junho, os embarques se recompuseram, com as siderúrgicas desovando a produção não exportada nos cercade dez dias de greve.

Medidas restritivas

Outro fator que pode ter ajudado a elevar as vendas de aço foi a exclusão do Brasil da sobretaxação. Depois de negociações, o governo norte-americano concordou em excluir o aço brasileiro, argentino e sul-coreano da tarifa de 25% mediante a imposição de cotas de exportação. No caso do Brasil, o limite para o aço semiacabado (como blocos e placas), usados como insumo por siderúrgicas norte-americanas, equivalerá a 100% da média exportada de 2015 a 2017.

Para os produtos acabados (aços longos, planos, inoxidáveis e tubos), a cota corresponderá a 70% desse montante. Os limites entraram em vigor em 1º de junho. Enquanto as cotas de exportação para 2018 não são atingidas, o Brasil beneficia-se da ausência de taxação e do alto preço do aço no mercado internacional.

FONTE: Agência Brasil
#180710-02
10/07/2018

Energia solar dá grande salto em cinco anos

Área vem avançando rapidamente graças a consumidores residenciais, ao agronegócio, indústrias e algumas distribuidoras privadas de eletricidade

Embora o Brasil esteja ainda muito longe de aproveitar bem seu imenso potencial em energia solar, essa área vem avançando rapidamente no País, graças a consumidores residenciais, ao agronegócio, indústrias e algumas distribuidoras privadas de eletricidade. Segundo dados recentes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o número de conexões para a microgeração de energia saltou de 23 em junho de 2013 para 30.900 agora, sendo 99% desse total está voltado para utilização de energia solar.

Mais de dois terços das conexões foram feitas por consumidores residenciais, que não se limitam a proprietários de grandes mansões, mas abrangem, principalmente, edifícios de apartamentos de classe média, cujos condôminos resolveram investir na instalação de painéis solares com o objetivo de poupar gastos com eletricidade a mais longo prazo. Em um país como o Brasil, com intensa insolação em todo o seu território, durante praticamente o ano inteiro, essas instalações colocam também seus usuários a salvo de apagões nas redes de transmissão de grandes distribuidoras.

A opção pela energia solar também tem se mostrado vantajosa no campo, especialmente em fazendas mais afastadas, que podem prescindir de extensas linhas de transmissão. Indústrias de ramos diversos, instaladas em diferentes regiões do País, também têm recorrido com mais frequência a microusinas solares, de modo a cortar custos fixos, como eletricidade, que podem vir a prejudicar sua competitividade.

Uma questão que se coloca é o custo dos equipamentos para a microgeração solar, considerado elevado, embora tenha baixado bastante nos últimos anos, com a maior competição entre fornecedores. Calcula-se que, para uma residência média, os painéis custem por volta de R$ 20 mil. Para empreendimentos de maior porte que exigem uma multiplicidade de painéis, o custo pode ser inicialmente pesado, considerando sobretudo a recente alta da cotação do dólar, sendo todos os equipamentos atualmente importados.

Tudo isso vem ocorrendo no âmbito da iniciativa privada, mas o governo tem procurado ajudar por meio do BNDES, que financia pessoas físicas interessadas em utilizar energia solar com empréstimos a taxas de 4,03% a 4,55% ao ano, pelo prazo de até 12 anos, com 24 meses de carência.

FONTE: Estadão

#180708-01
08/07/2018

O mundo a caminhar para uma guerra comercial.

"Esta matéria é uma publicação com o idioma em Português (Portugal)".

 

Ao princípio ainda se pensava que pudesse ser apenas um bluff de Donald Trump, que dificilmente se concretizaria num país em que os dois grandes partidos (e principalmente o Republicano) são históricos defensores do comércio livre. Mas a verdade é que, passo a passo, a política proteccionista do presidente norte-americano está a ser passada à prática e a gerar reacções dos outros países que são em tudo semelhantes às registadas nas grandes guerras comerciais do passado.

Promessas de Trump
Durante a campanha eleitoral, a principal ideia de Donald Trump para revitalizar a economia norte-americana foi sempre a de alterar a relação de forças nas relações comerciais internacionais. Principalmente a China, mas também o México e a Alemanha, foram várias vezes apontados como países que se aproveitavam de acordos “injustos” assinados pelos Estados Unidos. E a saída de acordos multilaterais era também prometida.

Painéis solares para começar
Depois de fazer parar definitivamente uma negociação comercial com a UE que já dava sinais de problemas, as primeiras medidas da administração Trump na área comercial demoraram algum tempo a chegar foram relativamente modestas. Em Janeiro de 2018, os EUA agravaram as taxas alfandegárias nas importações de painéis solares e de máquinas de lavar, uma área em que algumas empresas norte-americanas sentiam sérias dificuldades em competir com países como a China ou a Coreia. Os outros governos esperaram que os EUA ficassem por aqui.

Aço e alumínio penalizados
Em Março, contudo, outro sector, de maior peso, foi alvo de subidas de taxas alfandegárias pelos EUA. A taxa das importações de aço foi elevada para 25% e a do alumínio para 10%. Inicialmente contudo, os EUA isentaram a Europa, Canadá e outros países, dando-lhes um mês (e depois mais um) para apresentarem os seus argumentos. A 31 de Maio, a Casa Branca passou à prática a subida de taxas para todos os países, invocando questões de segurança, o que irritou ainda mais os seus parceiros tradicionais.

As primeiras retaliações
União Europeia, Canadá e México anunciaram rapidamente a intenção de retaliar contra as medidas dos EUA. No caso europeu, essa retaliação consumou-se no dia 22 de Junho, com a aplicaçãoo de taxas mais altas nas importações de 180 tipos de produtos provenientes dos EUA, alguns simbólicos, como as motos Harley-Davidson, o bourbon, ou as calças jeans.

China como principal alvo
Rapidamente, contudo, a administração Trump mostrou que é na China que tem o seu principal alvo e a 6 de Julho concretizou a imposição de taxas alfandegárias sobre importações chinesas, num valor calculado em 34 mil milhões de dólares (cerca de 29 mil milhões de euros). Para os próximos dias espera-se a imposição de novas taxas no valor de 16 mil milhões de dólares e a entrada em vigor de restrições ao investimento e à emissão de vistos para cidadãos chineses. A China tinha preparada uma resposta imediata envolvendo a subida de taxas em 545 produtos norte-americanos.

As medidas que se seguem
A UE, contudo, não está livre de voltar a ser um alvo. Donald Trump, assim que a Europa anunciou retaliações, deixou no ar a ameaça de subir as taxas alfandegárias sobre a entrada nos EUA dos automóveis dos outros países, convidando as empresas europeias a trazerem as suas fábricas para os EUA se quiserem evitar taxas. Neste momento, está a ser preparado um relatório sobre o assunto pelo Departamento do Comércio dos EUA e o anúncio de medidas pode estar para breve. Donald Trump também reagiu à retaliação chinesa com a promessa de aplicar taxas mais altas, não apenas a alguns produtos chineses, mas a todos.

FONTE: Publico - Portugal
#180703-01
03/07/2018

Balança comercial registra superávit de US$ 5,882 bilhões em junho

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 5,882 bilhões em junho, informou nesta terça-feira (3) o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic). O valor representa um recuo de 18,1% na comparação com junho do ano passado.
O saldo do mês é resultado de US$ 20,202 bilhões em exportações (aumento de 2,1% em relação a junho do ano passado, considerando a média diária) e US$ 14,320 bilhões em importações (avanço de 13,7%).
Em junho, nas exportações, houve crescimento em óleos combustíveis (+136%), óxidos/hidróxidos de alumínio (+56%) e máquinas para terraplenagem (+51%). Já as importações do período foram puxadas por bens de capital (avanço de 33%), bens de consumo (+20%) e bens intermediários (+13%). Retrocederam as compras de combustíveis e lubrificantes (caíram 7,7%).

Semestre

Considerando o acumulado no primeiro semestre, o superávit da balança comercial foi de US$ 30,055 bilhões. O número representa um recuo de 17% na comparação com um ano antes.
Nos seis meses, as exportações chegaram a US$ 113,834 bilhões (aumento de 5,7% pela média diária na comparação com o mesmo período de um ano atrás) e importações de US$ 83,779 bilhões (avanço de 17,2%).
No período de janeiro a junho de 2018, as exportações foram puxadas em termos percentuais por manufaturados (crescimento de 9,1% contra mesmo período de um ano atrás), seguidos por produtos básicos (+4,6%) e semimanufaturados (+0,5%).
No grupo dos manufaturados, houve crescimento no semestre em plataforma de extração de petróleo (de zero para US$ 1,5 bilhão), suco de laranja congelado (+64%) e óleos combustíveis (+50%). Dentre os básicos, houve avanço no semestre principalmente em algodão em bruto (+57%), milho em grão (+52%) e fumo em folhas (+30%). Já no caso dos semimanufaturados, os maiores aumentos em termos percentuais foram em celulose (+44%), ferro-ligas (+25%) e semimanufaturados de ferro e aço (+18%).
Já as importações, no semestre, foram puxadas, em termos percentuais, por bens de capital (avanço de 53,4%), seguida por combustíveis e lubrificantes (+24,6%), bens de consumo (+16,5%) e bens intermediários (10,3%).
O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), Abrão Neto, afirmou que o avanço na importação de bens de capital no mês e no ano sinaliza o investimento das empresas nacionais na capacidade produtiva.
"Tivemos o 11º mês consecutivo de crescimento na importação de bens de capital. Isso reflete o aumento do setor produtivo no Brasil", afirmou o secretário.
Para o governo, os números da balança comercial indicam uma retomada das atividades no país - quando tradicionalmente ocorre um aumento nas importações.
"O que ocorre e provavelmente seguirá ocorrendo no decorrer do ano é o crescimento maior das importações do que das exportações. Isso é sempre um reflexo da demanda interna. A recuperação que se iniciou no ano passado agora se reflete na procura por produtos do exterior", disse Abrão Neto.

Petróleo

O saldo da balança comercial de petróleo e derivados cresceu 6,2% no primeiro semestre do ano, em relação ao mesmo período de 2017. O superávit foi de US$ 3,542 bilhões de janeiro a junho.
As exportações de óleo bruto e combustíveis aumentaram 13,9% pela média diária e alcançaram US$ 13,194 bilhões no acumulado de 2018. No caso das importações, houve crescimento de 17% para US$ 9,651 bilhões.

Greve dos caminhoneiros

O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge, afirmou, nesta terça, que a greve dos caminhoneiros reduziu em cerca de 30% o volume de exportações brasileiras na comparação com as médias de dias anteriores e posteriores à paralisação e afetou a balança de junho.

FONTE: Valor Econômico
#180625-01
25/06/2018

SP incentiva energia solar para depender menos de outros estados

Parceria entre órgãos públicos estaduais quer facilitar financiamento a projetos de geração de energia solar fotovoltaica de pequenas e médias empresas

A Secretaria de Estado de Energia e Mineração e a Desenvolve SP – Agência de Desenvolvimento Paulista anunciaram um acordo para incentivar empresas de pequeno e médio porte a fazerem projetos para geração de energia solar. A intenção da parceria é facilitar o acesso ao financiamento de longo prazo para empresas de São Paulo.

As empresas deverão enviar os projetos de implantação de sistemas de mini e microgeração distribuída e de energia fotovoltaica para a Desenvolve SP, que enviará para uma curadoria da Secretaria de Energia responsável pela avaliação e orientação técnica dos projetos.

Com a medida, o governo paulista espera reduzir a demanda de importação de energia para consumo, que atualmente chega a 60%, segundo dados da Secretaria de Energia e Mineração. A Desenvolve SP também conta com outras linhas de financiamento, como a Economia Verde, que também permite crédito para compra e instalação de placas solares, aerogeradores e outros equipamentos para geração energia limpa.

FONTE: AECweb
#201712120
 
11/12/2017

Lojas de material de construção adaptam mix e ganham fôlego

Home center. Gigantes do setor, como Telhanorte e Leroy Merlin, entenderam o perfil do cliente em tempos de recessão e vão crescer dois dígitos este ano; para 2018 previsão é ainda melhor

Estimulados pelo saque das contas inativas do FGTS e agora pela liberação do 13º salário, os grandes varejistas de material de construção ganharam um fôlego na crise e traçam planos mais otimistas para 2018. Para atravessar o período recessivo, no entanto, eles precisaram adaptar o mix de produtos com itens mais acessíveis, movimento que vai continuar ano que vem.

A estratégia das redes deu certo, visto que o volume de vendas do setor deve encerrar 2017 com avanço de 5% sobre um ano antes, conforme dados da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção ( Anamaco). “Tivemos o quarto mês seguido de aumento nas vendas em relação ao ano passado. Isso é importante porque indica que a confiança do consumidor está melhor. Estamos deixando a crise para trás”, resumiu o diretor do conselho deliberativo da Anamaco, Marcos Gabriel Atchabahian.

Para aproveitar esse movimento de alta nas vendas, o grupo francês Adeo, detentor da Leroy Merlin, inaugurou recentemente a primeira parte do empreendimento que será seu “maior ‘Home Center’ na América Latina”. Com um investimento total de R$ 210 milhões, a loja, localizada em São Paulo, conta com uma nova bandeira do grupo no País: a Zôdio.

“Se a Leroy trabalha com construção, acabamento, decoração e jardinagem, a Zôdio é mais para vender itens de decoração. São dois conceitos complementares”, explicou na última semana o diretor geral da Leroy Merlin Brasil ao DCI, Alain Ryckeboer.

Além do valor investido para a reinauguração da unidade na capital paulista, a empresa ainda destinou R$ 250 milhões para a reforma e abertura de outras três lojas espalhadas pelo País.

Com projeção de faturar acima de R$ 5 bilhões este ano, a Leroy Merlin comemora o fato de não ter perdido volume de vendas ao longo do período de recessão. “As compras de materiais de construção ligadas às pequenas reformas e para embelezar a casa não caíram nas nossas lojas. Em boa parte delas, inclusive, o faturamento não caiu”, discorre.

Questionado sobre como a crise impactou os negócios da varejista, ele destaca que foram as grandes reformas e as construções. “Desde o segundo semestre deste ano, voltamos a crescer claramente e vamos fechar 2017 com quase 10% de alta. Nós estamos com o dobro de crescimento em relação ao previsto pela Anamaco”, comemora Ryckeboer.

Mudança no hábito

Segundo o diretor-geral da Telhanorte, Juliano Ohta, o comportamento do cliente mudou com a crise e o desafio dos varejistas foi ajustar a operação. “Os consumidores estão fazendo reformas menores procurando itens mais baratos. Isso está acontecendo em todas as categorias. [Neste período] temos evoluído em itens como pisos, louças, tintas, itens de decoração e organização da casa.”

Embora não tenha aberto novas unidades da Telhanorte em 2017, o Grupo Saint-Gobain, dono da operação, adquiriu a varejista de materiais de construção Tumelero– rede gaúcha com 29 lojas– este ano. Além disso, a rede francesa passou a investir em multicanalidade para impulsionar as vendas de seu e-commerce. “90% dos clientes olham os preços na internet antes de comprar em lojas físicas. Eles podem comprar no site e retirar na loja da Telhanorte. Começamos o ‘click & collect’ há mais de dois anos e temos visto bons resultados”, acrescenta Ohta.

Apesar da percepção dos varejistas de que o mercado está reaquecendo, ainda há receios quanto a 2018 – ano de eleições e Copa do Mundo. “Os meses de outubro, novembro e dezembro são o nosso ‘Natal’. Mas o ano que vem, com tantos eventos, será mais desafiador”, diz Ohta.

A temporada também foi boa para a Tintas MC, que incorporou a Aquarela Tintas ao grupo. Se a empresa tinha 43 lojas em 2015, deve terminar este ano com 92 operações, após 12 novas franquias em 2017. “Vamos abrir cerca de 30 franquias ano que vem, e outras lojas próprias”, diz o diretor de estratégia e marketing da rede, Renato Sá.

Obras grandes em queda

Na outra ponta, a Casa do Construtor, franquia especializada na locação de equipamentos para construção civil, também mudou seu modelo de atuação devido ao arrefecimento das grandes obras no País. “Se ninguém está fazendo grandes obras, as pessoas preferem reformar a cozinha, fazer algo pequeno e realizar alguns ajustes na casa. Diante dessa crise, tivemos que nos esforçar para oferecer produtos mais ligados às pequenas obras, como itens para jardinagem e limpeza doméstica”, explica o sócio da Casa do Construtor, Expedito Arena.

FONTE: DCI Diário Comércio Indústria & Serviços
#201712020
 
02/12/2017

Balança comercial brasileira registra marca inédita no acumulado de 2017

De acordo com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, foram comercializados US$ 338,301 bilhões, crescimento de 14,6% em relação ao mesmo período de 2016

Neste ano, o Brasil registrou o maior superávit comercial da história, US$ 62 bilhões. De janeiro a novembro, as exportações chegaram a US$ 200,154 bilhões, número 18,2% maior que em 2016 pela média diária; e as importações foram de US$ 138,146 bilhões, 9,6% a mais que no mesmo período do ano passado, quando foi registrado o último recorde da balança comercial (US$ 43,3 bi).

Soma de todas as transações, a corrente de comércio atingiu US$ 338,301 bilhões, crescimento de 14,6% em relação aos mesmos meses de 2016 pela média diária (US$ 295,321 bilhões). "As exportações e importações brasileiras de janeiro a novembro registraram crescimento de quase todos os produtos, e muitos tiveram aumento em quantidade e preço", explicou o secretário de Comércio Exterior da pasta, Abrão Neto. O preço das vendas externas aumentou 10,7% e as quantidades, 6,9%, enquanto nas importações, valores subiram 3,7% e as quantidades, 5,8%.

Em novembro, a corrente de comércio foi de US$ 29,830 bilhões, resultado 7,8% melhor que em relação ao mesmo mês do ano passado. O saldo foi superavitário em US$ 3,546 bilhões: vendas externas atingiram, em novembro, um total de US$ 16,688 bilhões, cifra 2,9% maior que a do mesmo mês de 2016. Já as importações foram de US$ 13,142 bilhões no mês, 14,7% a mais que novembro de 2016.

O resultado do mês foi puxado pela escalada da importação de bens de capital (10,8%), em especial máquinas e equipamentos de agricultura e terraplanagem. "É o quarto mês consecutivo de crescimento de importações de bens de capital, o que não ocorria desde março de 2013, o que demonstra a retomada de investimentos produtivos no País", disse Abrão Neto.

Nos primeiros onze meses deste ano, aumentaram as exportações para a Ásia (26,9%), Mercosul (18,6%), Estados Unidos (17,3%), Oriente Médio (16%), América Central e Caribe (+14,4%), Oceania (4,6%), e União Europeia (4,1%). Já os países em que a importação foi mais intensa foram a China (US$ 46,4 bilhões); Estados Unidos (US$ 24,5 bilhões); Argentina (US$ 16,0 bilhões); Países Baixos (US$ 8,6 bilhões) e Japão (US$ 4,8 bilhões).

Todas as três categorias de produtos avaliadas na balança comercial – básicos, semimanufaturados e manufaturados – obtiveram resultados positivos no acumulado deste ano, na comparação com o ano passado. Entre os básicos, que cresceram 28%, subiu a receita de petróleo em bruto, minério de ferro, minério de cobre, soja em grão, carne bovina, milho em grão, carne de frango, carne suína e algodão em bruto.

Dos manufaturados, que registraram aumento de 13,8%, destacaram-se derivados de ferro e aço, ferro fundido, madeira serrada, ferro-ligas, óleo de soja em bruto, açúcar em bruto e celulose. Por último, os manufaturados, cujas vendas aumentaram 9% no período, tiveram proeminência de óleos combustíveis, máquinas para terraplanagem, tratores, automóveis de passageiros, veículos de carga, laminados planos, óxidos e hidróxidos de alumínio, chassis com motor, açúcar refinado, autopeças, calçados, pneumáticos, motores para veículos e partes.

FONTE: Governo do Brasil
28/11/2017

Enel inaugura no Piauí maior usina solar do país

RIBEIRA DO PIAUÍ, PI (FOLHAPRESS) - A companhia de energia italiana Enel inaugurou nesta terça (28) o maior parque de geração de energia solar do país, com capacidade instalada de 292 megawatts (MW), energia suficiente para abastecer cerca de 300 mil residências.

Com planos para ampliar sua presença neste setor, a companhia avalia que é "um erro" tentar nacionalizar a produção de painéis fotovoltaicos, hoje importados da China.

O Parque Solar Nova Olinda teve investimento de US$ 300 milhões e está localizado em Ribeira do Piauí, cidade de 4.263 habitantes (segundo o IBGE) a cerca de 380 quilômetros de Teresina.

O parque ocupa uma área de 690 hectares, o equivalente a 700 campos de futebol, em meio à caatinga e tem quase 1 milhão de painéis para a geração de energia.

É o terceiro parque solar da empresa em operação no país. Os outros dois estão na Bahia, onde a empresa conclui as obras de um quarto empreendimento do tipo, que deve iniciar as operações em dezembro.

Ao todo, o conjunto acumula investimentos de US$ 1 bilhão, com capacidade somada de 819 MW.

A companhia vendeu a energia de Nova Olinda em leilão realizado pelo governo em 2015, ao preço de R$ 302 por megawatt-hora (MWh).

O presidente da Enel Green Power, braço de energia renovável do grupo, Antonio Cammisecra, disse que a empresa tem planos de expandir sua atuação no Brasil e avalia participar dos leilões de energia que o governo realizará este ano.

Ele disse que a companhia já tem em vista um projeto eólico no Piauí, chamado Lagoa do Barro, e estuda disputar também com usinas solares, mas não deu detalhes.

Embora veja potencial de crescimento da energia solar no Brasil, Cammisecra, disse que "é um erro" fomentar a produção de painéis fotovoltaicos no país.

Todos os 930 mil painéis do parque Nova Olinda foram comprados na China, com custo equivalente a 30% do total investido (ou aproximadamente US$ 100 milhões).

"São coisas que se convém comprar na China, porque estão muito baratos", disse ele, em entrevista após a cerimônia de inauguração do parque.

Segundo o executivo, será difícil para qualquer país alcançar um nível de competitividade para disputar com o país asiático neste item.

Cammisecra disse que o Brasil tem potencial para fornecer transformadores, estruturas para os painéis e engenharia para os projetos.

ELETROBRAS

Controladora de distribuidoras de eletricidade no Rio e em Goiás, a Enel é apontada pelo mercado como uma das concorrentes pelas distribuidoras de eletricidade da Eletrobras.

O presidente da empresa no Brasil, Carlo Zorzoli, voltou a reafirmar o interesse da companhia em ativos no país, mas disse que não comentaria casos específicos.

"A Enel está mirando o Brasil e quer ser parte do processo de consolidação do setor", comentou.

A companhia atua ainda na área de energia éolica, com 670 MW em operação e 172 MW em construção, e tem a hidrelétrica de Volta Grande, com 380 MW.

FONTE: Folhapress
#201711280
 
28/11/2017

STF proíbe em todo o país produção, venda e uso de materiais com amianto

Por maioria, ministros decidiram que artigo da lei federal que permitia uso do amianto tipo crisotila é inconstitucional. Tribunal decidiu ainda que Congresso não pode permitir utilização do produto.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira (29), por 7 votos a 2, proibir, em todo o país, a produção, a comercialização e o uso do amianto tipo crisotila, usado, principalmente, para fabricação de telhas e caixas d´água.

Vários estados já proíbem a comercialização deste produto – também conhecido como "asbesto branco" – apontando riscos à saúde de operários que trabalham na produção de materiais que contêm esse tipo de amianto.

Nesta quarta-feira, os ministros entenderam que o artigo da lei federal que permitia o uso da do amianto crisotila na construção civil é inconstitucional. Os magistrados concluíram ainda que essa decisão deve ser seguida por todas as instâncias do Judiciário.

Pelo entendimento do Supremo, o Congresso não poderá mais aprovar nenhuma lei para autorizar o uso deste material. Além disso, os estados também não poderão editar leis que permitam a utilização do amianto.

Nesta quarta-feira, o STF julgou duas ações de entidades ligadas à construção civil que questionavam uma lei do Rio de Janeiro que proíbe a produção de materiais com amianto no estado.

A relatora da ação, ministra Rosa Weber, recomendou a rejeição do pedido de inconstitucionalidade da legislação estadual fluminense apresentado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria (CNTI).

A magistrada argumentou, por outro lado, que "inconstitucional" é a legislação federal que regulamenta a extração, a comercialização e o uso da crisotila.

Como o Supremo já havia tomado essa mesma decisão em agosto, ao analisar uma ação contra uma lei do estado de São Paulo, os ministros entenderam que seria preciso discutir o alcance do entendimento da Corte.

Na sessão desta tarde, os ministros decidiram declarar inconstitucional não apenas a lei, mas a matéria, ou seja, o Supremo entende que o amianto deve ser vedado porque fere o direito à saúde e ao meio ambiente. Segundo a maioria, sem essa declaração, recursos repetitivos poderiam chegar à Corte, demandando novas análises a cada ação.

“A cada vez mais o mundo pede mais eficiência, e aqui nós estamos caminhando para dar uma jurisdição constitucional de modo que promova, não a repetição de temas que já foram tratados, mas uma acolhida que me parece extremamente coerente com o que se propõe o controle de constitucionalidade”, afirmou a ministra Cármen Lúcia.

Em agosto, a Corte declarou pela primeira vez a inconstitucionalidade da lei federal, mas os ministros não souberam responder se a decisão proibia o amianto no país. Isso porque o STF tomou essa decisão de forma “incidental”, que ocorre quando esse não é o pedido principal da causa.

Já em um outro julgamento anterior, o Supremo não havia obtido o quórum necessário, de seis ministros, para derrubar a lei. Com isso, nos estados onde o amianto não estava proibido, restou um vácuo jurídico na falta da regulamentação nacional.

Na sessão desta tarde, a inconstitucionalidade também ocorreu de forma incidental, mas na proclamação do resultado, os ministros deixaram claro que se trata de entendimento aplicável a todos os demais casos.

Votaram para proibir o amianto crisotila os ministros Edson Fachin, Luiz Fux, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Celso de Mello e a presidente, Cármen Lúcia. Alexandre de Moraes e Marco Aurélio entenderam que a lei federal é constitucional. O ministro Luis Roberto Barroso não votou em nenhuma das ações porque estava impedido.

Em seu voto, o decano Celso de Mello reforçou que a decisão declara a “inconstitucionalidade da própria matéria, em ordem a, prevalecendo o entendimento de que a utilização do amianto tipo crisotila, de que essa utilização ofende postulados constitucionais, por isso não pode ser objeto de normas autorizativas”, concluiu.

FONTE: G1